sábado, 24 de outubro de 2009

Primeiras Idéias

Pensar a diversidade... pensar a produção de subjetividade!
Sete horas! A circulação em massa começa a ficar intensa na então Praça Sete de Setembro: sujeitos e coisas; o caos resultante da ordem capitalista. Carros de todas as variedades provocam um barulho estonteante aos ouvidos, mas os passantes parecem não mais se incomodarem com tamanha barulheira! O frenesi capitalístico sucumbe outros modos de ser.
O dia segue. Estações do ano. Olhares vagos, às vezes com pouco foco. Arredios, ansiosos, amedrontados, ociosos, leves e distantes ou... formas de ser, ou de estar?
Fim do dia! O corre-corre de um lado para o outro: ir embora, que maravilha! Os olhares se modificam parecendo estar à espreita, sabe-se lá de quê. “No centro é possível a recriação de nichos de sociabilidade, onde o espontâneo acontece”, diz Lemos (2003, p. 47).
No coração da cidade percebe-se novas formas de sociabilidade e de convivência. Lugar de passagem, de trabalho para alguns, de estudos para outros, mas pode ser, até mesmo por excelência, o espaço da variabilidade, do consumo; instalação de novos espaços de convivência.O diverso aqui pode ser o mesmo que olhar o diferente e o singular que fazem com que cada sujeito seja quem é. Mas, e quando esse sujeito tem que se sujeitar aos diversos tipos e formas de controle, tido como moldes, formatação de subjetividades? Será que esse sujeito perde a sua singularidade dando lugar a uma formatação em massa, como num processo maquínico de uma empresa onde se fabricam vários materiais de consumo e, em sua maioria, com as mesmas características, tamanho, forma, cor, designer, etc.? O que esses processos de docilização dos corpos, como diria Foucault, ou essa disciplinarização em forma de controle sutil, trazendo mais uma idéia deleuziana, rompe com as concepções de sujeito tratadas até no século passado pela psicologia? A sociedade hoje vive cada vez mais, uma interpenetração das instituições fazendo com que as variadas formas disciplinares dos confinamentos ultrapassem muros, espaços que “estão” e têm limites para outros que “são” e transpõe barreiras. É nesse contexto, de espaços flexíveis, disformes, perpassados de significados que o adolescente busca sua consistência imaginária: no diferente, tornar-se igual aos demais de seu grupo.