Capturar, desmontar, conhecer e reinventar, essas são palavras de Gregório Baremblitt acerca do que é a Esquizoanálise.
Afetamentos me fizeram conhecer possibilidades, me desconstruir ao longo desses anos de vivência. Tenho um pouco mais claro que somos todos e nenhum ao memso tempo. Sou a história de todos os nomes e um nome que me identifica, me reconhece, me inscreve na sociedade...
Nas trilhas da (re) invenção... e que trilhas são essas? Conseguirei (re)inventar? Minha potência mostra que sim e incita agenciamentos. Vamos juntos?
O Núcleo de Estudos Contemporâneos é um blog para discussão e estudo de temas da atualidade que tem como objetivo uma interlocução com diversos campos do saber. Prima-se uma compreensão da trama social partindo-se de concepções ontológicas, éticas, políticas e sociais em torno do sujeito, da sociedade. Sinta-se à vontade para fazer parte deste grupo. Estabeleçamos conexões.
sábado, 15 de maio de 2010
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Poder sobre a vida, potências de vida
PELBART, P.P.; Poder sobre a vida, potências de vida In: Vida Capital: Ensaios de biopolítica, São Paulo: Iluminuras LTDA, 2003 p.19-27
Pelbart começa no prólogo de seu livro dizendo que a defesa da vida tornou-se um lugar comum. Hoje as formas de vida existentes e suas diversidades são um reservatório de lucro e pesquisa, visto por alguns da sociedade ou então, um patrimônio inalienável. A vida tem sido fator de decomposição e recombinação artificial. Há um paradoxo: a vida que dá constantemente a nós está sendo desnaturalizada; o natural perde espaço para o artificial.
O Império ao qual estamos inseridos prega promessas de vidas invejáveis baseadas nos nossos desejos de felicidade e segurança. A todo o momento somos bombardeados com “maneiras” que introjetamos ao nosso modo de vida: consumimos mais do que bens, consumimos formas de vida. Temos acessos a diversas informações nas quais nos passam maneiras de viver, de pensar, perceber, sentidos de vida que absorvemos; consumimos toneladas de subjetividades. Eis a sociedade do espetáculo com um capitalismo de rede que promove e fortalece a exclusão e a exploração com novas formas enaltecendo as conexões, a movência e a fluidez. São formadas redes de vida que não comungam mais de critérios intrínsecos como tradições, direitos de passagem, relações de comunidade, sexo, religião e trabalho, esse acesso à rede é mediado por pedágios comerciais, impagáveis para a grande maioria.
A busca por auto-valorização dos mais excluídos os tem levado a produzir sobre a própria vida, construindo, portanto, territórios subjetivos a partir da própria linha de escape a que são impelidos. A produção do novo é obtida não apenas por grandes gênios, mas por todos na conversação, nos costumes, no lazer.
“A potência de vida da multidão, no seu misto de inteligência coletiva, afetação recíproca, produção de laço, capacidade de invenção de novos desejos e novas crenças, de associações e novas formas de cooperação é cada vez mais fonte primordial de riqueza do próprio capitalismo”. (PELBERT, 2003, p.23)
Os vetores de valorização e auto-valorização são os corpos-cérebros postos a trabalhar permitindo que venha à tona a biopotência do coletivo, a riqueza biopolítica da multidão: o corpo vital reconfigurado é quem desenha as possibilidades de uma democracia biopolítica (entrada da vida e do corpo, bem como de seus mecanismos, no domínio dos cálculos de poder fazendo do poder-saber um agente de transformação).
“Vida inclui a sinergia coletiva, a cooperação social e subjetiva no contexto de produção material e imaterial contemporânea, o intelecto geral. Vida significa inteligência, afeto, cooperação, desejo”. Assim, o deslocamento de seu significado puramente biológico vem nos configurar, em parte inspirada por Deleuze, uma biopolítica não mais como poder sobre a vida, mas potência da vida (a potência política da vida faz variar suas formas).
Foucault fala da luta de assujeitamento (de submissão de subjetividade) que anda junto às lutas contra a dominação, “há algo no funcionamento do império que é puro desfuncionamento. (...) não vivemos num mundo destruído, vivemos num mundo transtornado”.
Pelbart começa no prólogo de seu livro dizendo que a defesa da vida tornou-se um lugar comum. Hoje as formas de vida existentes e suas diversidades são um reservatório de lucro e pesquisa, visto por alguns da sociedade ou então, um patrimônio inalienável. A vida tem sido fator de decomposição e recombinação artificial. Há um paradoxo: a vida que dá constantemente a nós está sendo desnaturalizada; o natural perde espaço para o artificial.
O Império ao qual estamos inseridos prega promessas de vidas invejáveis baseadas nos nossos desejos de felicidade e segurança. A todo o momento somos bombardeados com “maneiras” que introjetamos ao nosso modo de vida: consumimos mais do que bens, consumimos formas de vida. Temos acessos a diversas informações nas quais nos passam maneiras de viver, de pensar, perceber, sentidos de vida que absorvemos; consumimos toneladas de subjetividades. Eis a sociedade do espetáculo com um capitalismo de rede que promove e fortalece a exclusão e a exploração com novas formas enaltecendo as conexões, a movência e a fluidez. São formadas redes de vida que não comungam mais de critérios intrínsecos como tradições, direitos de passagem, relações de comunidade, sexo, religião e trabalho, esse acesso à rede é mediado por pedágios comerciais, impagáveis para a grande maioria.
A busca por auto-valorização dos mais excluídos os tem levado a produzir sobre a própria vida, construindo, portanto, territórios subjetivos a partir da própria linha de escape a que são impelidos. A produção do novo é obtida não apenas por grandes gênios, mas por todos na conversação, nos costumes, no lazer.
“A potência de vida da multidão, no seu misto de inteligência coletiva, afetação recíproca, produção de laço, capacidade de invenção de novos desejos e novas crenças, de associações e novas formas de cooperação é cada vez mais fonte primordial de riqueza do próprio capitalismo”. (PELBERT, 2003, p.23)
Os vetores de valorização e auto-valorização são os corpos-cérebros postos a trabalhar permitindo que venha à tona a biopotência do coletivo, a riqueza biopolítica da multidão: o corpo vital reconfigurado é quem desenha as possibilidades de uma democracia biopolítica (entrada da vida e do corpo, bem como de seus mecanismos, no domínio dos cálculos de poder fazendo do poder-saber um agente de transformação).
“Vida inclui a sinergia coletiva, a cooperação social e subjetiva no contexto de produção material e imaterial contemporânea, o intelecto geral. Vida significa inteligência, afeto, cooperação, desejo”. Assim, o deslocamento de seu significado puramente biológico vem nos configurar, em parte inspirada por Deleuze, uma biopolítica não mais como poder sobre a vida, mas potência da vida (a potência política da vida faz variar suas formas).
Foucault fala da luta de assujeitamento (de submissão de subjetividade) que anda junto às lutas contra a dominação, “há algo no funcionamento do império que é puro desfuncionamento. (...) não vivemos num mundo destruído, vivemos num mundo transtornado”.
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